Na literatura policial clássica, o protagonista costuma ser um detetive. Geralmente, alguém extremamente inteligente, com uma capacidade de observação muito superior à da maioria das pessoas. Eles conseguem desvendar os mistérios mais complicados, muitas vezes, até melhor do que os profissionais da polícia.
No entanto, nem sempre o personagem principal de uma narrativa policial é um detetive. Em alguns casos, é o ladrão. Mas esses não são criminosos comuns, mas sim figuras carismáticas que conquistam a simpatia do leitor da mesma forma que os detetives. Muitos deles são espécies de Robin Hood, que roubam dos ricos para ajudar os pobres.
Esses ladrões são tão astutos quanto os grandes detetives da ficção, o que faz com que os leitores torçam por eles, para que nunca sejam pegos pela polícia.
O mais conhecido atualmente é, sem dúvida, Arsène Lupin. Mas, além dele, existem outros. Conheça alguns dos ladrões mais importantes da literatura policial:
1. Raffles: o primeiro ladrão cavalheiro da literatura policial
Arthur J. Raffles foi criado pelo escritor britânico Ernest William Hornung (E. W. Hornung). É considerado o primeiro ladrão da literatura policial com esse estilo. Sua estreia aconteceu em 1898, na revista Cassell, e no ano seguinte suas histórias foram reunidas no livro The Amateus Cracksman.
Ele era um ladrão elegante, mestre dos disfarces, e contava com a ajuda de um cúmplice e narrador de suas aventuras, Harry "Bunny" Manders, uma espécie de "Dr. Watson" dos ladrões.
Curiosamente, Hornung era cunhado de Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, que serviu de inspiração para a criação de Raffles.
2.Arsène Lupin: o ladrão mais carismático da ficção policial
Arsène Lupin é o ladrão mais conhecido da literatura policial e foi criado pelo escritor francês Maurice Leblanc. Surgiu 1905, no conto A prisão de Arsène Lupin, sob encomenda de Pierre Lazarett, para sua revista Je sais tout.
Lupin é um ladrão cavalheiro, muito bom em disfarces, irônico e extremamente inteligente. Seus golpes são extremamente sagazes e recheados de humor.
3. Fantomas: o mais sombrio
Fantomas é um dos ladrões mais sombrios da literatura e foi criado em 1911 por dois jornalistas franceses, Marcel Allain e Pierre Souvestre.
Diferente dos ladrões cavalheiros, Fantomas é cruel e realiza assassinatos, inclusive de formas sádicas. Também era mestre em disfarces e, inclusive, se disfarçava das suas vítimas. Apesar disso, conseguiu conquistar muitos fãs.
4. O Barão: de ladrão de antiguidades a detetive elegante
John Mannering, mais conhecido como O Barão (The Baron), foi criado pelo escritor britânico John Creasey, sob o pseudônimo de Anthony Morton. Estreou em 1937 na obra Le Baron les croque.
Ele segue os moldes do ladrão cavalheiro e elegante e é colecionador de objetos de arte e antiguidades. Com o tempo, deixa de praticar crimes e passa a usar seus truques e sagacidade para atuar como detetive.
5. O Santo: o justiceiro com alma de ladrão
Simon Templar, apelidado de "O Santo", foi criado pelo autor britânico Leslie Charteris. É simpático, bem humorado e tem uma vida amorosa bem agitada.
É um detetive amador e ajuda a polícia a desvendar crimes. Porém, apesar do apelido, ele não é exatamente um santo, pois ao recuperar dinheiro roubado, ele costuma desviar uma parte para si. Vive em conflito com o Inspetor Teal, que sonha em desmascará-lo.
No livro O Mundo Emocionante do Romance Policial, o escritor brasileiro Paulo de Medeiros e Albuquerque, nos apresenta esses ladrões. Além disso, oferece um panorama geral sobre literatura policial - sua origem, principais autores, detetives e até a literatura policial no Brasil.
📚 Fonte: MEDEIROS E ALBUQUERQUE, Paulo de. O mundo emocionante do romance policial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979.
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