sexta-feira, 30 de maio de 2025

Gutenberg e a Invenção da Imprensa: A História que Revolucionou os Livros

Johannes Gutenberg inventor da imprensa de tipos móveis
Ilustração de Johannes Gutenberg

Johannes Gutenberg (1400 - 1468) foi um inventor, gravador e gráfico, nascido em Mainz, na Alemanha. Sabe-se muito pouco a respeito de sua vida. Ele se tornou conhecido como o inventor da imprensa de tipos móveis, criada por volta dos anos 1440, em Mogúncia, na Alemanha.

A imprensa de tipos móveis de Gutenberg

A imprensa de tipos móveis, conhecida também como imprensa de Gutenberg, era uma máquina que utilizava peças individuais feitas de metal, chamadas de tipos móveis. Essas peças podiam ser montadas, ordenadas e reordenadas, formando palavras, frases ou textos, que depois eram impressos em papel.

Para viabilizar o uso dessa imprensa, Gutenberg precisou realizar uma série de outras invenções, como os moldes, a tinta indelével e os próprios tipos móveis, nos quais trabalhou por anos até encontrar o material ideal.

Para a realização desse trabalho, foi necessário o apoio de uma equipe, além de financiadores. Entre seus sócios financeiros estavam Johann Fust e Peter Schöfer. Durante muito tempo, os dois sócios foram mencionados como inventores da imprensa, ao lado de Gutenberg.

Ilustração da imprensa de Gutenberg
Ilustração da imprensa de Gutenberg

Impacto da invenção da imprensa de Gutenberg

A invenção da imprensa foi um marco na história do livro, pois tornou sua produção muito mais rápida do que os exemplares feitos à mão. Além disso, os livros ficaram mais baratos e acessíveis, possibilitando que mais pessoas tivessem acesso à leitura. Antes, os livros eram restritos apenas aos muito ricos e à igreja. 

Assim, a imprensa de Gutenberg pode ser considerada o início do processo de democratização do conhecimento, que ainda levaria algum tempo para se concretizar plenamente.

Na época da criação da imprensa, a procura por livros e materiais impressos já estava crescendo na Alemanha, devido á difusão das universidades e ao fortalecimento do comércio. Além disso, a imprensa também impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologias.

A Bíblia de Gutenberg

A primeira obra impressa por Johannes Gutenberg na sua prensa foi a Bíblia, cuja impressão ocorreu por volta de 1450. Foram produzidas cerca de 180 cópias: aproximadamente 150 em papel e 30 em pergaminho.

Ela foi impressa com tipografia gótica e tinta preta nos textos. Os títulos e as letras maiúsculas eram decorados à mão, com tinta vermelha.

A obra foi produzida a partir da edição latina conhecida como Vulgata, feita por São Jerônimo no século IV. Cada página foi impressa com 42 linhas, por isso ela também é conhecida como B-42.

Foram necessários mais de dois anos para concluir a composição dos tipos móveis e a impressão da Bíblia.

Foto de uma A Bíblia de Gutenberg
A Bíblia de Gutenberg

A imprensa antes de Gutenberg

Uma curiosidade é que, antes de Gutenberg, já existia a imprensa de tipos móveis na China e na Coréia, mas eram restritas a esses locais. Gutenberg, contudo, não tinha conhecimento dessas ao criar a sua.

A primeira prensa de tipos móveis foi criada na China pelo artesão e inventor Bi Sheng (990-1051 d.C.). Ela era feita de madeira e funcionava melhor com papel chinês e coreano, que eram mais finos.

Diamond Sutra, a primeira obra impressa da história, foi produzido na China e na Coréia, por volta de 868, utilizando essa prensa de madeira.

Apesar de Gutenberg não ter sido o primeiro inventor da imprensa, foi a sua versão que acabou se popularizando pela Europa e mudando a história da comunicação e da cultura.

A Bíblia de Gutenberg hoje

Atualmente, existem cerca de 48 cópias da Bíblia de Gutenberg impressas na imprensa original espalhadas pelo mundo. Porém, nem todas estão completas, algumas possuem apenas fragmentos, com páginas soltas. Algumas estão preservadas em bibliotecas de universidades da Alemanha, enquanto outras pertencem a colecionadores privados.

A Bíblia de Gutenberg é considerado um dos livros mais importantes e valiosos do mundo. Além do seu valor histórico, destaca-se também pela grande qualidade artística e estética, sendo ainda uma das obras com o maior valor econômico no mercado de raridades.

A invenção da imprensa de Gutenberg foi um marco na história da humanidade, pois deu início à democratização do livro, da leitura e do acesso ao conhecimento. Além disso, impulsionou o avanço da ciência, da cultura e da educação e seus efeitos se estendem até os dias de hoje.

Fonte: LYONS, Martyn. Livro: uma história viva. São Paulo: Editora Senac, 2011.


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