domingo, 10 de agosto de 2025

Cordel: O dia em que Raul Seixas comeu lixo com um palhaço em Nova York


Raul Seixas me contou
Uma história engraçada, 
Do dia em que comeu lixo
Na beira duma calçada,
Com um palhaço elegante,
De roupa bem aprumada. 

Raul andava na rua

Sem rumo e sem dinheiro, 

Na noite, em Nova York, 

Avistou um companheiro, 

Um palhaço cordial,

Um exímio cavalheiro. 


Vendo seu triste estado,

O palhaço o chamou,

Ofereceu a comida

Que no lixo encontrou. 

Raul pegou um frango 

Que depressa devorou.


Ao fuçarem mais o lixo, 

Encontraram caviar. 

Também tinha ketchup

Pra poder acompanhar 

A refeição que faziam

Numa noite de luar.


Terminando de comer, 

O palhaço perguntou: 

"De onde você veio?"

Raul logo lhe contou: 

"Fui exilado do Brasil 

O país que me criou."


O palhaço quis saber

Perguntando o seu nome. 

"Eu me chamo Raul,

Seixas é meu sobrenome 

Sou cantor lá no Brasil,

Um músico de renome."


Os dois ficaram amigos

E conversaram bastante, 

Andaram pelas ruas

Com a lua bem brilhante.

Foi um dia inusitado

E também interessante. 


Tudo parecia tranquilo 

Quando algo aconteceu:

Raul ficou agoniado, 

Dor na barriga lhe deu.

Ficou ali desesperado

E ligeiro ele correu.

A comida caiu mal,

Procurava um banheiro. 

O palhaço ajudou

Aquele pobre brasileiro, 

Procurou-lhe um toalete 

Encontrou até ligeiro.


Depois que tudo passou

Raul lhe agradeceu,

A ajuda recebida

Que o palhaço lhe deu,

Nesse dia curioso

Que assim se sucedeu.


Quando ia se despedir, 

O palhaço convidou

Pra conhecer um amigo.

Raul, curioso, aceitou.

Foi pra um famoso músico

Que o palhaço apresentou.


O amigo era John Lennon,

Um músico de respeito. 

Raul ficou admirado,

Pois era fã do sujeito.

E tocava suas músicas

De um modo bem perfeito.


Os três ficaram amigos

E há mais coisa pra contar.

Mas essa é outra história ,

Outro dia vou revelar.

Se quiser, pode esperar, 

Logo volto pra narrar.


Camilla Karine

08/08/2025


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